LACTOSE, ABSORÇÃO DA
TOLERÂNCIA OU “INTOLERÂNCIA” À LACTOSE
CBHPM 4.03.02.16-4
AMB 28.01.157-0
Sinonímia:
Prova de tolerância à lactose. Teste de sobrecarga de
lactose. Teste de tolerância à lactose. Teste para
deficiência de dissacaridase ou de lactase. Teste de
“intolerância” à lactose.
Material Biológico:
Plasma fluoretado.
Coleta:
0,5 ml de plasma para cada tempo da prova.
Coletar a primeira amostra de sangue antes da
ingestão da lactose (amostra basal ou jejum).
Depois, cronometrar e coletar as demais amostras
aos 30, 60 e 90 min identificando os tempos nos
respectivos tubos. As amostras se destinam à
dosagem de glicose.
Armazenamento:
Separar os plasmas por centrifugação logo após a
coleta. Se as dosagens não forem efetuadas no
mesmo dia, congelar as amostras.
Exames Afins:
Absorção de triglicérides.
Absorção da D-xilose.
Pesquisa de gordura fecal.
Valor Normal:
Normal
Deficiência
elevação de 20 a 25 mg/dl na glicemia em relação ao tempo basal
elevação inferior a 20 mg/dl
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 horas para crianças e de 8 horas para adultos.
Administrar 2 g de lactose/kg de peso corporal até a dose máxima de 50 g.
Interferentes:
Etanol pode impedir a conversão da lactose a glicose e galactose.
Paciente estressado.
Método:
Hexoquinase - UV - Automatizado.
Interpretação:
Teste útil para diagnóstico de deficiência de lactase
(beta-galactosidase) que causa má absorção da
lactose e diarréia osmótica. Uma curva achatada com
aumento da glicemia inferior a 20 mg/dl ocorre em
mais de 95 % dos pacientes com deficiência de
lactase. A deficiência de lactase causa “intolerância” à
lactose (carboidrato do leite). Entretanto, resultados
falso-positivos ou falso-negativos podem ocorrer.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LAMOTRIGINA
LAMICTAL®
CBHPM 4.03.02.74-1
Sinonímia:
3,5-diamino-6-(2,3-diclorofenil)-1,2,4-triazina.
Nomes comerciais: Labilen, Lamictal®.
Fisiologia:
3,5-diamino-6-(2,3-diclorofenil)-1,2,4-triazina Fórmula molecular = C9H7N5Cl2
Massa molecular = 256,095 g/mol
A Lamotrigina é um anticonvulsivante que tem sido
utilizado no tratamento da epilepsia refratária,
neuralgia do trigêmeo, DD. psico-afetivas e na
espasticidade.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
1,0 ml de soro. Não empregar tubos com gel
separador! A coleta é feita pela manhã ou em outro
horário, logo antes da tomada da próxima dose do
medicamento. Esta amostra representa o ponto
mínimo da concentração diária no soro do paciente.
Convém o paciente tomar o medicamento
adequadamente conforme prescrição médica durante
ao menos quinze dias antes da dosagem. Pode ser
coletado a qualquer hora se houver suspeita de
intoxicação.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC para até 5 dias.
Valor Normal:
Nível terapêutico
Nível “borderline”
Nível tóxico
1,0 a 4,0 µg/ml
* µg/ml = mg/l ** Para obter valores em µmol/l, multiplicar os µg/ml por 3,905
Interferentes:
Hemólise. Lipemia. Drogas: clorpropamida, flecainida, metaqualona.
Método:
HPLC. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência.
Interpretação:
O nível é aumentado por: Triacetiloleandomicina.
O nível é diminuído por: administração simultânea de
Fenobarbital, Hidantoína ou Primidona.
Aumenta o nível de: Fenobarbital e Primidona.
Diminui o nível de: Ácido valpróico e Hidantoína.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LEGIONELOSE
LEGIONELLA SPP.
CBHPM 4.03.07.38-7
AMB 28.06.226-4/96
Sinonímia:
Legionella pneumophila. Legionella spp.
D. dos legionários. Febre de Pontiac. Pesquisa de
antígenos de Legionella pneumophila sorotipo 1.
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Prokaryotae, Filo Bacteria
(Eubacteria), Classe Proteobacteria, Subdivisão delta
e epsilon, Subclasse gammaproteobacteria, Ordem
Legionellales, Família Legionellaceae, Gênero
Legionella, Espécie pneumophila e mais 38 outras
com 67 sorotipos.
Existe uma grande proximidade genética com a
espécie Coxiella burnetii.
Bacilos Gram negativos, aeróbios, não-esporulados,
não-ácido-resistentes, não-capsulados e em sua
maior parte, flagelados. Pertencem à flora da água
doce, morna ou quente (40 a 60ºC), de lagos, rios e
lamaçais. Raramente isolados de água do mar.
Encontradiça em sistemas de calefação, ar
condicionado, reservatórios de água quente, caixas
d'água, sifões, aeradores, interfaces água-ar,
torneiras, misturadores e chuveiros de imóveis
habitacionais. Em hospitais é preciso considerar a sua
presença nos umidificadores, nebulizadores e
inaladores.
O contágio é através da sua inalação.
Material Biológico:
CULTURA: Escarro. Aspirado endobrônquico. Lavado
bronco-alveolar. Líquido pleural. Biópsia pulmonar.
SOROLOGIA: Soro, urina e outros.
Coleta:
CULTURA: Coleta dos materiais por médico ou
profissional de saúde habilitado.
SORO: 2,0 ml de soro obtido em condições estéreis.
URINA: 20 ml de urina.
Armazenamento:
Conserva-se à temperatura ambiente até 24 horas
após a coleta.
Para prazos maiores, refrigerar entre +2 a +8ºC
Valor Normal:
Imunofluorescência
Normal
Soroconversão
Cultura
Normal
título inferior a 1:10 ou a 1:128 ou Negativo (conforme o método)
Aumento de 2 diluições no título ou título igual ou maior que 1:10 ou 1:128
negativa
Método:
Cultura e identificação em meios específicos (exigência de L-cisteína).
Sorologia: imunofluorescência direta e/ou indireta.
Imunocromatografia.
Interpretação:
A Legionella causa até 47 % das pneumopatias
nosocomiais. A prevalência mais elevada é pela
Legionella pneumophilasorotipo 1.
A cultura pode levar ao diagnóstico de certeza de
legionelose enquanto que a sorologia leva ao
diagnóstico tardio ou retrospectivo da doença.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://xoomer.virgilio.it/medicine/pathobacteria.htm
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR
LEISHMANIA SPP.
CBHPM 4.03.07.39-5
AMB 28.06.069-5
AMB 28.06.155-1
Sinonímia:
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA):
Human American tegumentary leishmaniasis (ATL).
Ferida brava. Úlcera de Bauru.
Forma cutâneo-mucosa:
Mucocutaneous Leishmaniasis (MCL)
Leishmania (Viannia) braziliensis.
Forma cutânea:
Localized Cutaneous Leishmaniasis (LCL)
Leishmania (Leishmania) amazonensis.
Leishmania (Viannia) naiffi.
Forma cutâneo difusa:
Mucosal Leishmaniasis (ML)
Leishmania (Viannia) guyanensis.
Leishmania shawi. Leishmania lainsoni.
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Protista, Sub-reino Protozoa, Filo
Sarcomastigophora, Subfilo Mastigophora, Classe
Zoomastigophorea, Ordem Kinetoplastida, Subordem
Trypanosomatina, Família Trypanosomatidae, Gênero
Leishmania, Gênero Leishmania, Subgênero Viannia,
Espécies braziliensis, amazonensis, guyanensis e
outras.
Zoonose transmitida pela picada de mosquitos
fêmeas hematófagas da Família Psychodidae,
Subfamília Phlebotominae, Gêneros Psychodopycus e
Lutzomyia longipalpisou Lutzomiya cruziconhecidas
popularmente pelos nomes de cangalha, cangalhinha,
mosquito-palha, birigui e tatuíra. Em inglês: sand fly.
A: Leishmaniose, forma cutânea (LCL)
B: Leishmaniose, forma cutâneo difusa ou mucosa (ML)
Material Biológico:
Soro. Biópsia de borda de lesão.
Coleta:
1,5 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar a amostra entre +2 a +8ºC
Exames Afins:
PCR. Pesquisa direta em lesão. Biópsia de borda de
lesão. Intradermorreação de Montenegro.
Intradermorreação pela Leishmanina.
Eletroforese de proteínas. Hemograma.
Valor Normal: IFI
ANTICORPOS TOTAIS (IgG+IgM)
Normal
Título "borderline"
Título significativo
ANTICORPOS IgM
Normal
Infestação aguda
Não reagente
Reagente 1/20
Reagente superior ou igual a 1/40
Não reagente
Reagente
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Descongelamento repetido. Envio em temperatura
acima de -20ºC
Hemólise, icterícia e lipemia.
Método:
IFI. Imunofluorescência indireta com conjugado total (IgG+IgM) ou IgM anti-humano.
Interpretação:
Para diagnóstico da Leishmaniose tegumentar
americana são indicados: PCR, IFI, biópsia da borda
da lesão e Reação de Montenegro (RIDM).
A negatividade da IFI ou da biópsia não exclui a
doença.
Nenhum teste sorológico para Leishmaniose é
suficientemente sensível ou específico para ser
utilizado isoladamente para diagnóstico etiológico.
Percentagem de resultados positivos de
biópsias convencionais (CONV) de pele ou
mucosa de pacientes com as três formas de
Leishmaniose tegumentar versusresultados
positivos por PCR.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Leishmaniasis_il.htm
http://www.cdfound.to.it/HTML/lei1.htm#don4
http://www.cdfound.to.it/HTML/lei1.htm
http://jcm.asm.org/cgi/content/full/37/6/1819#F3
http://www.sbmt.org.br/15310.pdf
LEISHMANIOSE VISCERAL
LEISHMANIA SPP.
CBHPM 4.03.07.39-5
AMB 28.06.069-5
AMB 28.06.155-1
Sinonímia:
LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA) (VL):
Calazar. Kala-azar. Febre dundun.
Leishmania (Leishmania) chagasi. Leishmania
infantum. Leishmania donovani (ant).
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Protista, Sub-reino Protozoa, Filo
Sarcomastigophora, Subfilo Mastigophora, Classe
Zoomastigophorea, Ordem Kinetoplastida, Subordem
Trypanosomatina, Família Trypanosomatidae, Gênero
Leishmania, Subgênero Leishmania, Espécie chagasi
ou infantum (antiga donovani).
Zoonose transmitida pela picada de mosquitos
fêmeas hematófagas da Família Psychodidae,
Subfamília Phlebotominae, Gêneros Psychodopycus e
Lutzomyia longipalpis ou Lutzomiya cruzi conhecidas
popularmente pelos nomes de cangalha, cangalhinha,
mosquito-palha, birigui e tatuíra. Em inglês: sand fly.
Material Biológico:
Soro. Aspirado de medula óssea.
Coleta:
1,5 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar a amostra entre +2 a +8ºC
Exames Afins:
PCR. Aspirado de medula óssea. Intradermorreação
de Montenegro. Intradermorreação pela Leishmanina.
Eletroforese de proteínas. Hemograma.
Valor Normal: IFI
ANTICORPOS TOTAIS (IgG+IgM)
Normal
Título "borderline"
Título significativo
ANTICORPOS IgM
Normal
Infestação aguda
Não reagente
Reagente 1/20
Reagente superior ou igual a 1/40
Não reagente
Reagente
Valor Normal:
ELISA (Leishmaniose visceral)
Interpretação
Reagente ou Positivo
“Borderline”
Não reagente ou Negativo
Índice de Imunidade*
> 1,10
0,90 a 1,10
< 0,90
*Obtém-se pela relação:
onde: II = Índice de Imunidade DOpaciente = Densidade óptica do paciente DOcut-off = Densidade óptica do cut-off
Obs.: Nos laudos de exames o Índice de Imunidade
pode ser expresso em “UA” ou “AU” – “Unidades
Arbitrárias” ou “Arbitrary Units”.
Quando o resultado é “Borderline” ainda se pode fazer a seguinte conjetura:
Índice de Imunidade
1,01 a 1,10
0,90 a 1,00
Interpretação
“Borderline” tendendo a Positivo
“Borderline” tendendo a Negativo
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Descongelamento repetido. Envio em temperatura
acima de -20ºC
Hemólise, icterícia e lipemia.
Método:
IFI. Imunofluorescência indireta com conjugado total
(IgG+IgM) ou IgM anti-humano E/OU ELISA (só para Leishmaniose visceral).
Interpretação:
O exame por ELISA pode auxiliar no diagnóstico da
Leishmaniose visceral americana mas NÃO É
INDICADO para diagnóstico da Leishmaniose
tegumentar americana nas suas formas cutâneo-mucosa, cutânea e cutânea difusa.
A negatividade da IFI, do teste ELISA ou do aspirado
de medula óssea não exclui a doença.
Nenhum teste sorológico para Leishmaniose é
suficientemente sensível ou específico para ser
utilizado isoladamente para diagnóstico etiológico.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Leishmaniasis_il.htm
http://www.cdfound.to.it/HTML/lei1.htm#don4
http://www.cdfound.to.it/HTML/lei1.htm
http://jcm.asm.org/cgi/content/full/37/6/1819#F3
http://www.sbmt.org.br/15310.pdf
LEPTINA
HORMÔNIO DA SACIEDADE
CBHPM 4.03.05.42-2
AMB 28.05.102-5/99
Sinonímia:
Hormônio da Saciedade.
Fisiologia:
A Leptina é um hormônio polipeptídico constituído
por 146 aminoácidos com massa molecular ~17 kDa,
produto da expressão do gene "ob" e sintetizado
pelos adipócitos.
Secretada na circulação, a Leptina atravessa a
barreira hemato-encefálica atingindo receptores no
hipotálamo, ativando os centros da saciedade e da
termogênese. Atua, também, sobre o fígado e o
pâncreas, regulando a massa corporal. A quantidade
de Leptina circulante é proporcional à Massa
Corporal.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
2 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC. Não congelar.
Valor Normal:
ADULTOS IMC#18 a 25
Homens
Mulheres
ADULTOS IMC acima de 25
Homens
Mulheres
CRIANÇAS
RN
1 a 3 dias
PRÉ-PÚBERES IMC 9 a 18
ambos sexos
PUBERDADE IMC 14 a 20
Homens
Mulheres
1,2 a 9,5 ng/ml
4,1 a 25,0 ng/ml
4,0 a 35,0 ng/ml
7,0 a 59,0 ng/ml
1,8 a 32,0 ng/ml
1,0 a 6,6 ng/ml
0,1 a 13,0 ng/ml
0,1 a 6,2 ng/ml
0,1 a 19,7 ng/ml
Pré-púberes
Tanner II e III
Tanner IV e V
Homens
1,6 a 10,8 ng/ml
2,1 a 11,6 ng/ml
3,4 a 10,2 ng/ml
Mulheres
1,7 a 10,6 ng/ml
2,6 a 11,5 ng/ml
3,4 a 13,0 ng/ml
# IMC = Índice de Massa Corporal = BMI = Body Mass Index * ng/ml = µg/l Cálculo do IMC:
onde: IMC = IMC ou BMI em kg/m² peso = peso em kg altura = altura em m
CATEGORIAS DO IMC:
IMC em kg/m²
Até 9,9
10,0 a 12,9
13,0 a 15,9
16,0 a 16,9
17,0 a 18,4
18,5 a 24,9
25,0 a 29,9
30,0 a 34,9
35,0 a 39,9
40,0 em diante
CATEGORIA
Desnutrição grau V
Desnutrição grau IV
Desnutrição grau III
Desnutrição grau II
Desnutrição grau I
Normal
Sobrepeso
Obesidade grau I
Obesidade grau II
Obesidade grau III
Advertência: o IMC pode superestimar a gordura corporal em atletas e em pessoas com sarcofilia (hipertrofia muscular intencional) e pode subestimar a gordura corporal em idosos e em pessoas com sarcopenia (perda de massa muscular, atrofia ou hipotrofia muscular). Não se aplica a amputados.
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Não administrar radioisótopos in vivoao paciente nas
24 horas precedentes à coleta.
Interferentes:
Hemólise, lipemia, icterícia.
Presença de radioisótopos circulantes.
Método:
Radioimunoensaio com 125I.
Interpretação:
AUMENTO: obesidade, defeito dos receptores de leptina.
DIMINUIÇÃO: subnutrição, magreza, deficiência de leptina.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://medcalc3000.com/
http://nhlbisupport.com/bmi/bmicalc.htm
LEPTOSPIROSE
D. DE WEIL
CBHPM 4.03.07.40-9
CBHPM 4.03.07.41-7
CBHPM 4.03.07.42-5
AMB 28.06.227-2/96
AMB 28.06.228-0/96
Sinonímia:
Leptospira interrogans; sorogrupos canicola,
hebdomadis, icterohaemorrhagiae, cynopterie
outros; sorovares brasiliensis e outros. Doença de
Weil. Febre por canicola. Leptospirose íctero-
hemorrágica. Febre das enchentes. Febre dos
pântanos. Febre dos sete dias. Febre da cana de
açúcar. Febre dos jovens porqueiros.
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Prokaryotae, Filo Bacteria
(Eubacteria), Classe Spirochaetes, Ordem
Spirochaetales, Família Leptospiraceae, Gênero
Leptospira, espécies diversas com 29 sorogrupos e
218 sorovares. Zoonose causada por espiroquetas do
gênero Leptospira. O reservatório natural é em
mamíferos domésticos e silvestres, principalmente
roedores como o Rattus norvegicus, e as bactérias
sobrevivem de forma prolongada no solo e na água
doce. A contaminação humana, geralmente indireta,
ocorre pelas mucosas ou por escoriações cutâneas e
por inalação. As atividades agrícolas e aquáticas
consitituem os principais fatores de risco.
Sorogrupos de
Leptospira interrogansserovar: (patogênicos)
Australis, Autumnalis, Ballum, Bataviae, Canicola,
Celledoni, Copenhageni, Cynopteri, Djasiman,
Grippotyphosa, Hardjo, Hebdomadis, Hyos,
Icterohaemorrhagiae, Javanica, Lai, Louisiana, Lyme,
Manhao, Mini, Panama, Pomona, Pyrogenes,
Ranarum, Sarmin, Sejroe, Shermani, Tarassovi, Wolfii
e outros.
Leptospira biflexaserovar: (não-patogênicos)
Ancona, Andamana, Canela, Codice, Jequitaia,
Semaranga e outros.
Material Biológico e Coleta:
IFI: 2,0 ml de soro.
ELISA: 2,0 ml de soro ou plasma.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC para até 5 dias.
Para períodos maiores, congelar a amostra a –20ºC.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Exames Afins:
Hemocultura em meio de Fletcher-Kortoff que é
positiva na 1ª semana da doença. Soroaglutinação.
Sorodiagnóstico de Martin & Pettit.
Valor Normal:
IFI IgG
IFI IgM
Título até 1:128
Título até 1:5
ELISA IgG
ELISA IgM
Não Reagente
“Borderline”
Reagente fraco
Reagente
Não Reagente
“Borderline”
Reagente fraco
Reagente
DO até 0,300
DO de 0,301 a 0,499
DO de 0,500 a 1,000
DO a partir de 1,000
DO até 0,300
DO de 0,301 a 0,499
DO de 0,500 a 1,000
DO a partir de 1,000
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Descongelamento repetido.
Hemólise, icterícia e lipemia. Contaminação
bacteriana do material.
Métodos:
Imunofluorescência indireta (IFI) IgG e IgM.
ELISA para Leptospira biflexa (serovar patoc 1) IgG e IgM.
Soroaglutinação microscópica (MAT) = técnica de
referência segundo a OMS.
Interpretação:
Diagnóstico de Leptospirose.
Em presença de IgM com quadro clínico e
epidemiológico, deve-se suspeitar de infecção aguda.
O período de incubação pode variar de 3 a 30 dias
mas costuma ser de 10 a 12 dias. Os anticorpos se
tornam detectáveis entre o 6º ao 10º dia de doença
e, em geral, atingem picos dentro de 3 a 4 semanas.
Depois, o título de anticorpos diminui gradativamente
mas pode permanecer “Reagente” durante anos.
Diante de forte suspeita de infecção, o tratamento
deve ser iniciado antes da confirmação sorológica
que geralmente requer ao menos duas semanas. O
diagnóstico não deve ser baseado apenas num teste
ELISA, mas em conjunto com outros achados clínicos
e laboratoriais.
O teste ELISA com antígeno de Leptospira biflexa
apresenta reação cruzada com a maioria dos
serovares que atingem o homem, mas não com os
serovares de cepas animais.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.leptospirosis.org/bacteria/serovars.php
http://www.rapidtest.com/listB.html
LEUCINA-AMINOPEPTIDASE
LAP
CBHPM 4.03.02.17-2
AMB 28.01.107-4
Sinonímia:
Leucil aminopeptidase. Leucina arilamidase. LAP.
Leucil peptidase. Peptidase S. Citosol
aminopeptidase. Catepsina III.
EC 3.4.11.1
Alanil aminopeptidase membranária. Aminopeptidase
microssomal. Aminopeptidase M. Aminopeptidase N.
Amino-oligopeptidase. Pseudo-leucina
aminopeptidase. Cisteinilglicina dipeptidase. CD13.
EC 3.4.11.2
Fisiologia:
A LAP é uma enzima citosólica constituída de 4
subunidades. Cada uma possui um átomo de Zinco,
pertencente ao grupo das exopeptidases cuja
atividade proteolítica é exercida sobre o aminoácido
N-terminal dos peptídeos. Apesar de seu nome, a sua
especificidade é fraca. Sua ação precisa da presença
de íons metálicos bivalentes Mg ou Mn.
A LAP tem vasta distribuição nos tecidos, sendo mais
encontrada na mucosa intestinal, canalículos biliares
hepáticos, pâncreas e rins. No plasma, a LAP
circulante é de origem hepática. Os linfócitos contêm
uma quantidade importante.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
1,0 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC
Exames Afins:
Fosfatase alcalina, gama-GT, Amilase, Lipase, AST, ALT, DHL.
Valor Normal:
Mulheres
Homens
1,2 a 3,0 U/ml
1,1 a 3,4 U/ml
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Método:
Enzimático colorimétrico.
Interpretação:
A determinação da atividade enzimática da LAP é
raramente utilizada. Sua elevação é paralela à da Fosfatase alcalina. A LAP costuma ser normal em
presença de osteopatias ou de S. de má absorção.
Ela é mais sensível como indicador de coledocolitíase
e de metástases hepáticas em pacientes anictéricos.
AUMENTO: colestase: cálculos biliares, hepatite
colestática, hepatomas, metástases hepáticas, câncer
do pâncreas; hepatites, pancreatite aguda,
colecistite; linfomas histiocitários e linfocitários,
leucemias linfóides e várias doenças nas quais o vírus
infecta linfócitos ou monócitos como no sarampo,
rubéola e mononucleose infecciosa; gravidez,
clorpromazina.
DIMINUIÇÃO: hipertensão gravídica, degradação
da angiotensina induzindo a uma baixa da atividade
fisiológica do sistema renina-angiotensina-
aldosterona.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC3/4/11/1.html
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC3/4/11/2.html
LEUCOGRAMA
SÉRIE BRANCA
CBHPM 4.03.04.042-6*
* excluído da 4ª edição
AMB 28.04.053-8
Sinonímia:
Contagem diferencial. Diferencial de leucócitos.
Classificação de Arneth ou Schilling. Leucograma de
Schilling. Diferencial de Schilling. WBC. Série Branca.
Pesquisa de células de Sézary.
Fisiologia:
Os leucócitos são células nucleadas, presentes no
sangue circulante. São incolores, dotados de
movimento amebóide, fagocitose e diapedese. Estão
relacionados com as defesas celulares e
imunocelulares do organismo. Em adultos, o número
de leucócitos oscila entre 5.000 e 10.000/µl de
sangue.
A contagem de leucócitos varia significativamente
conforme o ciclo circadiano, estando sua
quantificação na dependência da hora da coleta do
material.
Os leucócitos são reunidos de início em dois grupos:
granulócitos e agranulócitos. Esta denominação se
prende à presença ou ausência de granulação no
citoplasma dos mesmos.
Granulócitos:
Neutrófilos: representam a primeira linha de defesa
celular contra invasão de microrganismos, sendo
dotados de notável atividade fagocitária. Núcleo
polilobulado.
Eosinófilos: as granulações são coradas pelos
corantes ácidos, como a eosina. Apresentam
atividade fagocitária, porém não tão acentuada
quanto a dos neutrófilos.
Basófilos: as granulações dos basófilos são maiores
do que aquelas existentes nos demais granulócitos.
São dotados de movimentos amebóide e de
fagocitose.
Agranulócitos:
Linfócitos: são leucócitos esféricos, de diâmetro
variável. Os linfócitos estão ligados à defesa do
organismo, por meio da produção de anticorpos.
Apresentam núcleo arredondado.
Linfócito "T" – Timo dependente – atuando na defesa
através do reconhecimento de antígenos.
O HIV atua no linfócito "T4"
Linfócito "B" – Bursa dependente – atua na defesa
através da produção de anticorpos.
Monócitos: correspondem aos maiores leucócitos do
sangue circulante. Apresentam ação fagocitária. São
capazes de atravessar a parede dos capilares e
penetrar no conjuntivo, fenômeno conhecido como
diapedese. Os monócitos podem ser confundidos com
os histiócitos ou macrófagos. Núcleo reniforme.
Células de Sézary são linfócitos T neoplásicos
circulantes apresentando no núcleo, convoluções
cerebriformes anormais. Encontradas na Síndrome de
Sézary que é um linfoma cutâneo T epidermótropo
primário.
Gumprecht, manchas de ou sombras de, são
núcleos linfocitários lisados que aparecem
freqüentemente na Leucemia Linfóide Crônica (LLC).
Alterações qualitativas:
Granulações tóxicas: estimulados pela inflamação,
granulócitos chegam à circulação com granulação
primária, rica em enzimas; não são sinais de mau
prognóstico.
Corpos de Döhle: liqüefação do retículo
endoplasmático; sinal de infecção grave ou sistêmica
(pneumonia lobar, erisipela), S. de Hegglin.
Desvio à esquerda: mielócitos e metamielócitos, na
infecção, gravidez, corticóides; "reação leucemóide
mielóide" (leucocitose acima de 50.000/µl pode ser
causada por hipoxemia, choque prolongado, tumores
disseminados) - não confundir com Leucemia
Mielocítica Crônica - LMC.
Hipersegmentação: ou Pleocariócitos. Acima de 5
lóbulos nucleares, significa defeito genético,
Insuficiência Renal Crônica, uso de corticóide, anemia
megaloblástica, quimioterapia, SS. mielodisplásicas
(SMD) ou mieloproliferativas (SMP).
Anomalias Nucleares: a anomalia de Pelger-Huët
causa confusão com desvio à esquerda. Aparece 1
caso em cada 3.000 a 5.000 pessoas, é autossômico
dominante. Emitir laudo esclarecedor. Pseudo-Pelger
poderá ser encontrado nas SMD e SMP.
Anomalias Citoplasmáticas:
Anomalia de Alder presente no Gargolismo -
raríssima.
Linfócitos Ativados, Atípicos ou Virócitos: células
grandes, de cromatina frouxa e citoplasma amplo e
basófilo; podem ser encontrados em pessoas
normais, principalmente, em crianças, em pequeno
número, assim como alguns plasmócitos provenientes
de estimulação de linfócitos "B". Em grande número
sugerem infecção por vírus e Mononucleose
Infecciosa.
Material Biológico:
Sangue total EDTA.
Coleta:
3,0 ml de sangue total.
Armazenamento:
Refrigerar entre +4º a +8ºC para até 24 horas.
Não congelar.
Exames Afins:
Índice de segmentação de neutrófilos.
Mielograma.
Valor Normal:
Só têm valor diagnóstico as alterações de leucócitos
ABSOLUTAS (em células/µl).
As alterações RELATIVAS (em %) têm valor
secundário e só servem para se obter as absolutas
através de sua multiplicação pela contagem total dos
leucócitos.
AMBOS OS SEXOS
até 1 mês
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
24 a 71
27 a 78
0 a 4
0 a 1
15 a 65
2 a 8
/µl
4.300 a 19.300
0 a 193
129 a 1.158
1.032 a 13.703
1.161 a 15.054
0 a 772
0 a 193
645 a 12.545
86 a 1.544
AMBOS OS SEXOS
1 mês a 1 ano
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
19 a 29
22 a 36
1 a 4
0 a 1
57 a 67
4 a 8
/µl
6.000 a 17.500
0 a 175
180 a 1.050
1.140 a 5.075
1.320 a 6.300
60 a 700
0 a 175
3.420 a 11.725
240 a 1.400
AMBOS OS SEXOS
2 a 4 anos
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
26 a 36
29 a 43
1 a 4
0 a 1
49 a 61
4 a 8
/µl
5.500 a 16.000
0 a 160
165 a 960
1.430 a 5.760
1.595 a 6.880
55 a 640
0 a 160
2.695 a 9.760
220 a 1.280
AMBOS OS SEXOS
5 a 15 anos
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
43 a 53
46 a 60
1 a 4
0 a 1
32 a 44
4 a 8
/µl
4.500 a 13.500
0 a 135
135 a 810
1.935 a 7.155
2.070 a 8.100
45 a 540
0 a 135
1.440 a 5.940
180 a 1.080
AMBOS OS SEXOS
16 a 20 anos
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
46 a 56
49 a 63
1 a 4
0 a 1
29 a 41
4 a 8
/µl
4.500 a 12.000
0 a 120
135 a 720
2.070 a 6.720
2.205 a 7.560
45 a 480
0 a 120
1.305 a 4.920
180 a 960
AMBOS OS SEXOS
a partir de 21 anos
LEUCÓCITOS
Metamielócitos
Bastonetes
Segmentados
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
%
0 a 1
3 a 6
55 a 65
58 a 72
1 a 4
0 a 1
20 a 32
4 a 8
/µl
5.000 a 10.000
0 a 100
150 a 600
2.750 a 6.500
2.900 a 7.200
50 a 400
0 a 100
1.000 a 3.200
200 a 800
Resultados abaixo do valor inferior da faixa são "...penias" e os acima do valor superior são "...citoses" ou "...filias".
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Microcoágulos, Crioglobulinas.
Coleta com mais de 24 horas.
Método:
Contagem diferencial automatizada em contador
eletrônico de células e observação microscópica
direta em microscópio óptico após coloração pelo
Leishman.
Interpretação:
NEUTROCITOSE OU NEUTROFILIA.
1 - Infecções agudas: coccias agudas, certos fungos,
bacilos, espiroquetas, alguns parasitas; infecções
localizadas; certas infecções gerais como difteria e
varicela; surgimento de complicações em moléstias
que normalmente produzem leucopenia ou que não
estão associadas à neutrocitose.
2 - Intoxicações: metabólicas: uremia, acidose
diabética, gota, eclâmpsia; envenenamento por
substâncias químicas ou drogas: chumbo, mercúrio,
digitálicos, epinefrina; venenos de insetos e da
aranha "viúva negra".
3 - Proteínas estranhas (após uma leucopenia
preliminar).
4 - Necrose estéril de tecidos: queimaduras; pós-
operatório; infarto agudo do miocárdio.
5 - Anóxia: hemorragias agudas; hemólise rápida de
glóbulos vermelhos (anemia hemolítica aguda).
6 - Neoplasmas malignos, quando de rápido
crescimento, especialmente do trato gastrintestinal,
fígado e medula óssea.
7 - Febre reumática.
8 - Leucemia mielocítica e eritremia.
9 - Anestesia com éter.
10 - Corticoterapia.
11 - Fisiologicamente: no recém-nascido, durante o parto, após vômitos repetidos, após exercício extenuante, convulsões, taquicardia paroxística.
NEUTROPENIA OU NEUTROCITOPENIA.
1 - Congênita: insuficiência da medula óssea: S. de
Fanconi ou uma de suas variantes; S. de Kotzmann;
S. de Valquist-Resnikoff; transferência transitóriapela
mãe, de fator neutropênico ou drogas por via
transplacentária; idiopática.
2 - Neonatal: infecção grave, virótica ou bacteriana
pós-natal; mecanismos alérgicos.
3 - Produção medular de neutrócitos diminuída:
mielosclerose; mielofibrose; agranulocitose;
neutropenia infantil; neutropenia hipoplástica crônica;
granulocitopenia crônica da infância; neutropenia
periódica; leucemias; neoplasma metastático; aplasia
secundária a radiações; efeito tóxico de droga; S. de
Schultz.
4 - Destruição periférica de neutrócitos aumentada:
hiperesplenismo; neutropenia esplênica primária;
S. de Felty; hipertensão portal; esplenomegalia
congestiva.
5 - Mecanismos imunes: induzido por drogas:
aminopirina, butazolidina, hidantoína, sulfas etc.;
após infecções: pneumonias virais; D. da arranhadura
do gato, mononucleose infecciosa, certas infecções
bacterianas; colagenopatias: lúpus, artrite
reumatóide etc.; idiopática (auto-imunização).
6 - Hiperglicemia.
EOSINOCITOSE OU EOSINOFILIA.
1 - Moléstias alérgicas: asma brônquica; urticária;
edema angioneurótico; D. do soro; febre do feno,
D. do pulmão de fazendeiro, S. de Churg-Strauss.
2 - Moléstias da pele: pênfigo; dermatite
herpetiforme; eritema multiforme; escabiose.
3 - Infestações parasitárias especialmente por
parasitas que invadem os tecidos): triquinose;
equinococose; fasciolíase; miíase; cisticercose;
parasitoses intestinais (menos regularmente,
dependendo da duração): amebíase, ascaridíase,
estrongiloidíase, triquiuríase, esquistossomose, S.de
Katayama, teníase.
4 - Certas infecções: escarlatina; período de
incubação do sarampo; varicela.
5 - Doenças do sistema hematopoiético: leucemia
mielóide crônica ou aguda; D. de Hodgkin; anemia
perniciosa; eritremia.
6 - Certos venenos: sulfato de cobre, cânfora,
pilocarpina, arsênico, fósforo, benzeno, barbitúricos.
7 - Neoplasmas: tumores envolvendo superfícies
serosas ou ósseas; tumores ovarianos; carcinoma
brônquico; adenoma de próstata; adenoma
pancreático.
8 - Após irradiação.
9 - Reações de hipersensibilidade; S. de Weingarten;
S. de Frimodt-Möller; angeítes de hipersensibilidade;
eritema nodoso; eosinocitose tropical; hepatite por
drogas: clorpromazina, metildopa, halotano; uso de
estreptomicina, isoniazida, hidantoína, digitálicos.
10 - Doenças endócrinas: D. de Addison; pan-hipopituitarismo pós-puberal.
11 - Eosinocitose familiar.
12 - Outras moléstias: granuloma eosinófilo;
sarcoidose; S. de Löffler; coréia; após esplenectomia.
13 - Eosinocitose de cura (que surge após a cura de
muitos processos infecciosos - talvez por absorção de
proteínas estranhas).
14 - Sarcomas do sistema linfático e do S.R.E.
EOSINOPENIA OU EOSINOCITOPENIA.
1 - Todos os processos agudos supurativos: fase
aguda de infecções, pneumonia, difteria, febre
tifóide.
2 - Reagudização de processos crônicos.
3 - Estados tóxicos endógenos ou exógenos: coma
diabético; crise hipoglicêmica; uremia; porfiria; uso
de corticóides, ACTH, adrenalina, efedrina, insulina.
4 - Crises dolorosas viscerais (cólicas de todas as
espécies).
5 - Problemas cardiovasculares: infarto agudo do
miocárdio; embolia pulmonar; choque; hipossistolia
cardíaca.
6 - Anóxia.
7 - Surtos emocionais.
8 - Endocrinopatias: S. de Cushing; acromegalia;
caquexia.
BASOCITOSE OU BASOFILIA.
1 - Certas infecções: varíola, varicela.
2 - Injeção de proteínas estranhas.
3 - Inflamações crônicas dos seios acessórios.
4 - Após terapia de irradiação pelos Raios X.
5 - Clorose.
6 - Pós-esplenectomia.
7 - Doenças hematológicas: leucemia mielóide crônica; D. de Hodgkin; anemias hemolíticas crônicas; eritremia; leucemia mielóide predominantemente basocítica.
LINFOCITOSE.
1 - Certas infecções agudas: coqueluche;
mononucleose infecciosa; gripe; viroses;
toxoplasmose; sarampo; caxumba; rubéola; hepatite;
poliomielite; fase aguda da D. de Chagas; linfocitose
aguda infecciosa.
2 - Infecções crônicas: tuberculose; sífilis congênita e
secundária; brucelose; febre ondulante.
3 - Convalescença de uma infecção aguda (linfocitose pós-infecciosa).
4 - Tireotoxicose (geralmente só linfocitose relativa).
5 - Crianças e jovens com má nutrição e raquitismo.
6 - Leucemia linfocítica e linfossarcoma.
7 - D. de Hodgkin.
8 - Irradiação.
9 - Doenças endócrinas: D. de Addison;
hipotireoidismo; diabetes mellitus; obesidade.
10 - Linfocitose fisiológica: lactentes; grandes altitudes; calor seco; madrugada.
LINFOPENIA.
1 - Processos infecciosos graves.
2 - Cirrose hepática.
3 - Tuberculose ganglionar.
4 - Caquexia.
5 - Neoplasias em estágios finais.
6 - Processos que acometem acentuadamente o
sistema linfático: D. de Hodgkin; linfossarcoma e
reticulossarcoma; blastomicose generalizada;
tratamento por quimioterápicos e antiblásticos;
radioterapia; AIDS.
7 - Envenenamentos graves.
8 - Agamaglobulinemia.
9 - Trauma físico.
10 - Endocrinopatias: S. de Cushing; mixedema; pós-
tireoidectomia.
11 - Fase aguda de certas infecções: febre tifóide,
influenza etc.
MONOCITOSE.
1 - Infecções bacterianas: tuberculose; endocardite
bacteriana subaguda; brucelose; febre tifóide
(raramente).
2 - Rickettsioses: tifo exantemático; febre maculosa
das montanhas rochosas.
3 - Infecções por protozoários: malária; calazar;
tripanossomíase; toxoplasmose; botão do oriente.
4 - Hemopatias: D. de Hodgkin; leucemia monocítica;
policitemia vera.
5 - Alguns tumores cerebrais.
6 - Envenenamento por tetracloroetileno.
7 - Sarcoma de Kaposi.
8 - Oftalmia simpática.
9 - Moléstias com perturbação do metabolismo lipoídico: D. de Gaucher; D. de Niemann-Pick.
MONOCITOPENIA.
1 - Fase aguda de processos infecciosos.
2 - Ausência de reação do S.R.E.: caquexia; desnutrição.
REAÇÃO LEUCEMÓIDE.
1 - Semelhante à leucemia mielóide:
Infecções: pneumonias, meningococcemia, difteria,
tuberculose, abscesso hepático;
Doenças malignas: mieloma múltiplo, neoplasias sem
metástases ósseas (colo, estômago, pulmão, rins,
supra-renal);
Distúrbios metabólicos: queimaduras, eclâmpsia,
acidose diabética, hidrargirismo, S. de Letterer-Siwe
e Hand-Schüller-Christian;
Hemopatias: após hemorragia, após hemólise rápida,
anemia perniciosa tratada com extrato hepático,
anemia da gravidez, após uso de ácido fólico.
2 - Semelhante à leucemia linfóide:
Infecções: coqueluche, mononucleose infecciosa,
varicela, linfocitose infecciosa;
Doenças malignas: certos tumores que apresentam
metástases ósseas, D. de Hodgkin;
Dermatite exfoliativa;
Policitemia vera.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://focosi.altervista.org/blood.html
LH - HORMÔNIO LUTEINIZANTE
HORMÔNIO LUTEINIZANTE
CBHPM 4.07.12.33-8
AMB 28.05.038-0
Sinonímia:
LH. Luteinizing Hormone. Hormônio luteinizante.
Luteotropina. Hormônio de maturação do corpo
lúteo. Gonadotropina II. Gonadotrofina hipofisária.
No homem:
ICSH. Interstitial Cell-Stimulating Hormone. Hormônio
estimulante das células intersticiais (Leydig).
Relação LH/FSH.
Fisiologia:
O LH é um hormônio glicoprotéico secretado pelas
células gonadotrópicas (ou gonadotróficas)
eosinófilas da hipófise anterior.
Massa molecular = ± 38 kDa.
A sua secreção depende de um fator hipotalâmico, a
gonadoliberina, gonadorelina, Gn-RH ou LH-RH e
sofre ação concomitante do ritmo circadiano e do
circalunar ou circamensal.
O LH age juntamente com o FSH na estimulação da
secreção de estrógenos pelas células tecais. O pico
de LH que sobrevém no 14º dia do ciclo menstrual
induz o rompimento do folículo de Graaf e a
ovulação. Depois da ovulação, o LH induz a secreção
de progesterona pelo corpo amarelo (corpo lúteo).
No homem, estimula a síntese e secreção da
testosterona, o crescimento dos túbulos seminíferose
dos órgãos sexuais secundários.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
1,0 ml de soro.
Informar a DUM - primeiro dia da última menstruação ou o mês de gestação, se for o caso.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC para até 3 dias.
Congelar a -20ºC para períodos maiores.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Evitar descongelamentos repetidos.
Exames Afins:
FSH, Estriol, Progesterona, Estímulo de LH com LHRH (GnRH).
Valor Normal:
Mulheres
Sangue cordão
Até 2 semanas
3 semanas a 18 meses
19 meses a 7 anos
8 e 9 anos
10 e 11 anos
12 a 14 anos
15 a 19 anos
Adultas
Fase folicular
Fase ovulatória
Fase lútea
Pós-menopausa
Anticoncepcionais
Gestantes
Tanner I
Tanner II
Tanner III
Tanner IV
Tanner V
Homens
Sangue cordão
Até 2 semanas
3 semanas a 18 meses
19 meses a 7 anos
8 e 9 anos
10 e 11 anos
12 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 70 anos
Acima de 70 anos
Tanner I
Tanner II
Tanner III
Tanner IV
Tanner V
0,04 a 2,60 mU/ml
0,29 a 7,91 mU/ml
0,02 a 1,77 mU/ml
0,03 a 0,55 mU/ml
0,02 a 0,24 mU/ml
0,02 a 4,12 mU/ml
0,28 a 29,38 mU/ml
0,11 a 29,38 mU/ml
1,07 a 9,60 mU/ml
2,10 a 12,90 mU/ml
9,00 a 77,00 mU/ml
0,50 a 17,30 mU/ml
16,3 a 55,50 mU/ml
0,90 a 5,90 mU/ml
até 1,70 mU/ml
0,01 a 0,21 mU/ml
0,27 a 4,12 mU/ml
0,17 a 4,12 mU/ml
0,72 a 15,01 mU/ml
0,30 a 29,38 mU/ml
0,04 a 2,60 mU/ml
4,85 a 10,02 mU/ml
0,04 a 3,01 mU/ml
0,02 a 1,03 mU/ml
0,01 a 0,78 mU/ml
0,03 a 4,44 mU/ml
0,25 a 4,84 mU/ml
0,69 a 7,15 mU/ml
1,07 a 9,60 mU/ml
3,40 a 35,00 mU/ml
0,02 a 0,42 mU/ml
0,26 a 4,84 mU/ml
0,64 a 3,74 mU/ml
0,55 a 7,15 mU/ml
1,54 a 7,00 mU/ml
* mU/ml = U/l = mUI/ml = UI/l Relação LH/FSH: superior a 1,5 ou 2,0 sugere o diagnóstico de S. de ovário policístico (Stein-Leventhal)
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Descongelamentos repetidos. GRAVIDEZ: os altos
níveis de beta-HCG durante a gravidez ou no pós-
parto imediato interferem com a dosagem do LH
dando resultados falsamente elevados, assim como
tratamentos com Pregnyl® ou Profasi hp®.
DROGAS:
Aumento: cetoconazol, clomifeno, propranolol (em
homens); a curto prazo, leuprolida (Lupron®).
Diminuição: contraceptivos orais, estrógenos,
digoxina, fenotiazinas, progesterona, testosterona,
tetraidrocanabinol; a longo prazo, leuprolida (Lupron®).
Método:
CLEIA - Quimioluminescência.
Interpretação:
A determinação do LH é sempre dá resultados mais
elevados do que o FSH. Um FSH maior que o LH é
sugestivo de insuficiência do aparelho folicular, a ser
investigada. O pico ovulatório do LH dura de 24 a 36
horas, porém o achado de resultados superiores a 30
mU/ml em qualquer das três fases é indício suficiente
de ciclo bifásico.
Diagnóstico da puberdade precoce e da ovulação.
AUMENTO: menopausa, tumores hipofisários
secretores de gonadotropina, castração masculina,
vasectomia.
DIMINUIÇÃO: deficiência hipotalâmica de GnRH,
deficiência hipofisária de LH, produção de hormônio
esteróide ectópica.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LIGAÇÃO COBALTO-ALBUMINA, TESTE DE
ACB TEST
Sinonímia:
Albumin Cobalt Binding Test (ACB Test).
Teste de Ligação Cobalto-Albumina.
Teste de Ligação Albumina-Cobalto.
Ischemia Modified Albumin Test (IMA Test).
Teste da Albumina Modificada por Isquemia.
Fisiologia:
Durante o infarto do miocárdio a isquemia induz uma
alteração molecular da albumina com alteração do
segmento N-terminal e fixação de Cobre que impede
a fixação posterior do Cobalto. Essa albumina é
chamada de IMA (Ischemia Modified Albumin ou
Albumina Modificada por Isquemia). Em pacientes
com albumina normal (ausência de I.M.) a solução de
Cobalto adicionada a uma amostra de sangue é
altamente fixada à albumina normal, deixando pouco
Cobalto livre para ser determinado pelo teste. Em
contrapartida, no I.M. pouco Cobalto se fixa à
albumina anormal, deixando maior quantidade de
Cobalto livre para ser determinado pelo teste.
O ACB test deve ser feito junto com um ECG e com a
determinação da Troponina.
Um resultado normal do ACB test acompanhado de
um ECG e uma Troponina normais descarta a
hipótese de I.M. mesmo diante de um quadro de dor
precordial suspeita. Nesse caso haver-se-á de pensar
em indigestão severa, hérnia hiatal, pneumonia,
colecistite calculosa e hepatite.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.fda.gov/bbs/topics/ANSWERS/2003/ANS01200.html
http://www.ingenta.com/isis/searching/Expand/ingenta?pub=infobike://clas/jcla/2002/00000025/00000002/art00008
LINFÓCITOS CD34
CD34
CBHPM 4.07.12.33-8
AMB 28.05.038-0
Sinonímia:
Linfócitos CD34.
CD = Cluster Designation.
Material Biológico:
Sangue total com EDTA.
Coleta:
2 tubos com 5 ml de sangue total.
Armazenamento:
Refrigerar entre +4 a +8ºC
Exames Afins:
CD3, CD4, CD8.
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Método:
Citometria de fluxo com painéis de anticorpos monoclonais marcados e leitura por fluorescência.
Interpretação:
Leucemias agudas.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LINFÓCITOS CD4 / CD8
CD4/CD8
CBHPM 4.03.07.43-3
CBHPM 4.03.07.44-1
AMB 28.06.073-3
AMB 28.06.074-1
Sinonímia:
OKT4/OKT8. CD = Cluster Designation.
Linfócitos auxiliares e supressores.
Relação CD4/CD8. Relação OKT4/OKT8.
Subtipagem de linfócitos CD4 e CD8.
Material Biológico:
Sangue total com EDTA-K3.
Coleta:
3,0 ml de sangue total.
Armazenamento:
Coletar sangue com anticoagulante e enviar
imediatamente ao laboratório com o respectivo
leucograma. Feito o leucograma, conservar o sangue
na geladeira entre +4 e +8ºC
Não congelar! Não colocar no freezer.
Exames Afins:
Anti-HIV, Cultura de Linfócitos, Testes cutâneos de imunidade.
Valor Normal:
Leucócitos
Linfócitos totais
Linfócitos CD3
Linfócitos CD4
Linfócitos CD8
Relação CD4/CD8
5.000 a 10.000 /µl
1.000 a 3.200 /µl
630 a 2.560 /µl
500 a 1.500 /µl
300 a 1.000 /µl
1,2 a 2,2
A contagem absoluta das subpopulações de linfócitos
CD4 e CD8 pode ser obtida aplicando-se as equações
abaixo.
e
onde: CD4a = Contagem absoluta de Linfócitos CD4/µl CD8a = Contagem absoluta de Linfócitos CD8/µl Leucabs = Contagem absoluta dos Leucócitos totais/µl %Linftot = Percentagem de Linfócitos totais da diferencial %CD4 = Percentagem da subpopulação CD4 %CD8 = Percentagem da subpopulação CD8
A Relação CD4/CD8 é então obtida pela equações:
ou
Preparo do Paciente:
Jejum não é necessário.
Para exames comparativos seqüenciais, devido ao
comportamento circadiano dos linfócitos, a coleta
deve ser feita sempre à mesma hora, seja de manhã,
seja à tarde, levando em conta eventual horário de
verão. Se o sangue for transportado, coletá-lo no dia
do envio.
Método:
Citometria de fluxo.
Interpretação:
Avaliação da imunidade celular do indivíduo,
avaliando quantitativamente a sub-população de
linfócitos T helper (auxiliadores) e T supressores.
Avaliação do efeito terapêutico dos anti-retrovirais.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LINFÓCITOS T e B
LINFÓCITOS CD3 e CD19
CBHPM 4.03.04.08-6
AMB 28.06.072-5
Sinonímia:
Linfócitos T:
CD3. Linfócitos timo-dependentes. Linfócitos CD3.
Linfócitos B:
CD19. Linfócitos bursa-dependentes. Linfócitos CD19.
CD = Cluster Designation.
Fisiologia:
Os órgãos linfóides são estruturas nas quais as
células envolvidas na imunidade se desenvolvem,
proliferam e são capazes de realizar as suas funções.
O conjunto dessas estruturas é conhecido
genericamente como Sistema Linfóide.
Os órgãos linfóides são classificados em órgãos
linfóides primários e órgãos linfóides secundários.
Os órgãos linfóides primários são estruturas de
linfopoiese, ou seja, onde os linfócitos se
desenvolvem e adquirem as suas funções
primordiais.
Em humanos, os linfócitos T se comprometem no
Timo enquanto os linfócitos B (B de Bursa de
Fabricius, órgão linfóide primário das aves) são
formados na Medula Óssea.
O Timo é uma glândula localizada na porção superior
do tórax e como possui a função exclusiva de órgão
linfóide primário para linfócitos T, involui com o
crescimento do indivíduo, apresentando-se na idade
adulta como uma estrutura meramente vestigial.
Nos órgãos linfóides primários os linfócitos jovens
adquirem os receptores característicos das suas
funções T ou B, bem como a especificidade
antigênica. Os linfócitos B dão origem aos
plasmócitos cuja característica principal é secretar
imunoglobulinas, principalmente IgM.
Os órgãos linfóides secundários são representados
pelos linfonodos, o baço, os MALT (tecidos linfóides
associados à Mucosa) e os GALT (tecidos linfóides
associados à mucosa Gastrintestinal).
A função dessas estruturas é proliferar linfócitos
maduros e possibilitar a interação entre eles e as
células importantes da imunidade, bem como facilitar
o contato com os antígenos. Como são irrigados por
vasos sangüíneos e linfáticos, estas estruturas
também funcionam muito bem como disseminadores
da resposta imune. É importante destacar a
localização de alguns linfonodos, como os axilares,
inguinais, submandibulares, retroauriculares,
supraclaviculares, mesentéricos, entre outros.
Entre os MALT, destacam-se as amígdalas, as
adenóides (Anel de Waldeyer) e o tecido linfóide
associado aos brônquios e entre os GALT, têm-se as
Placas de Peyer.
Além dessas estruturas e o baço, já citado, a medula
óssea também desempenha o papel de órgão linfóide
secundário.
Os linfócitos circulam e recirculam pelos linfonodos
através da corrente linfática e sangüínea e isto é um
importantíssimo fator no sentido de torná-los aptosa
uma interação com outras células e com os
antígenos.
As amígdalas são ricas em linfócitos B e desta forma
encontram-se atrofiadas em indivíduos que possuem
deficiência ou ausência da produção destas células
(indivíduos com defeito de resposta humoral).
Material Biológico:
Sangue heparinizado.
Coleta:
10,0 ml de sangue total heparinizado.
ATENÇÃO: informar-se com o laboratório sobre os
dias em que o exame é executado. Coletar o sangue
em data e hora de modo a fazê-lo chegar à técnica
com o mínimo de horas e no máximo em 24 horas.
Armazenamento:
Coletar o sangue em seringa ou tubo heparinizado e
conservar à temperatura ambiente. O exame deve
ser realizado no mesmo dia. Inclui Série Branca.
Exames Afins:
Imunoglobulinas, Isohemaglutininas, Crioglobulinas,
Imunoeletroforese, Cultura de Linfócitos, CD4/CD8.
Valor Normal:
Linfócitos
Linfócitos totais
Linfócitos T
Linfócitos B
Linfócitos Nulos
CD3
CD19
%
100
63 a 80
5 a 16
0 a 15
/µl
1.000 a 3.200
630 a 2.560
50 a 512
0 a 480
Preparo do Paciente:
Jejum de 3 a 4 horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Material coletado há mais de 24 horas.
Método:
Rosáceas "E" e "Eac" e/ou Citometria de fluxo.
Interpretação:
A avaliação quantitativa de células T reflete a
imunidade celular do indivíduo.
A avaliação quantitativa de células B relaciona-se
com a imunidade humoral.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LIPASE
CBHPM 4.03.02.19-9
AMB 28.01.108-2
Sinonímia:
Triacilglicerol lipase. Lip. Triglicéride lipase.
Tributirase. Butirinase. Tributirinase. Glicerol éster
hidrolase. Trigliceridase.
Triacilglicerol acilidrolase.
EC 3.1.1.3
Fisiologia:
Reação:
Triacilglicerol + H2O → Diacilglicerol + um carboxilato
Material Biológico:
Soro ou plasma.
Coleta:
1,0 ml de soro ou plasma heparinizado.
Armazenamento:
Congelar a amostra a –20ºC.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Exames Afins:
Amilase.
Valor Normal:
Método
Enzimático
Turbidimétrico
114 a 286 U/l
até 190 U/l
* Para obter valores em µkat/l, dividir as U/l por 60 ** meia-vida (t½) biológica média desta enzima = 15 horas<
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Método:
Trioleína + colipase. Dosagem colorimétrica segundo
Neumann et al. ou
Turbidimetria UV.
Interpretação:
A lipase aumenta nas pancreatites de qualquer
etiologia. A amilase se eleva e desaparece mais
precocemente, mas, em contrapartida, a lipase
permanece elevada por 7 a 10 dias. Ela é
indetectável na urina.
A atividade mínima de uma 2ª determinação dessa
enzima pode ser obtida aplicando a equação:
AEMi = Atian × e(-0,0462×h)
onde: AEMi = Atividade Enzimática Mínima (atual) Atian = Atividade anterior e = número "e" h = horas decorridas entre as duas coletas de sangue.
Se a 2ª determinação der um resultado menor que a AEMi, uma das duas determinações está incorreta ou não é do mesmo paciente.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC3/1/1/3.html
LÍPIDES TOTAIS
CBHPM 4.03.02.63-6
AMB 28.01.109-0
Fisiologia:
Os lípides totais podem ser calculados pelo somatório
de seus componentes, Colesterol, Fosfolípides e
Triglicérides aplicando-se a fórmula:
LT = (0,73 × 1,69 × COL) + (0,27 × COL) + FL + TRI
ou
LT = (1,5037 × COL) + FL + TRI
A equação assume que o Coleterol total (COL) é
73 % esterificado e 27 % livre e que o Peso
Molecular do Colesterol esterificado é 1,69 vezes
maior que o do Colesterol livre.
LT = Lípides totais em mg/dl COL = Coleterol total em mg/dl FL = Fosfolípides em mg/dl TRI = Triglicérides em mg/dl
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
1,0 ml de soro.
Armazenamento:
Congelar a amostra a –20ºC.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Exames Afins:
Colesterol total e frações, Triglicérides, Lipidograma.
Valor Normal:
400 a 800 mg/dl
Preparo do Paciente:
Jejum de 12 a 14 horas. Água ad libitum.
Método:
Sulfofosfovanilina colorimétrico.
Interpretação:
Auxiliar no diagnóstico das lipemias primárias e
secundárias.
Esse exame inespecífico é a dosagem conjunta de:
colesterol e suas frações, livres e esterificados, mono,
di e triglicérides, fosfolípides, cerebrosídeos, esteróis,
terpenos, álcoois graxos, glicerol e ácidos graxos
saturados e insaturados, livres e esterificados de
cadeias curtas, médias, longas e muito longas.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LIPOPROTEÍNA (a)
Lp(a)
CBHPM 4.03.02.21-0
Sinonímia:
Lp(a). Apolipoproteína(a). Apoproteína B100.
Lipoproteína "azinho". Lipoproteína "a pequeno".
Fisiologia:
A Lp(a) é uma lipoproteína idêntica em tamanho e
composição à LDL que migra na eletroforese entre as
bandas VLDL e HDL (entre pré-beta e alfa). Ela
contém uma apolipoproteína específica: a Apo(a)
fortemente ligada a uma molécula de Apo B100 por
uma ponte dissulfeto. A Lp(a) faz parte das
lipoproteínas fortemente aterogênicas. Elevada taxa
circulante de Lp(a), de determinação genética e sem
relação com a dieta, foi associada a infartos cerebrais
e miocárdicos em pacientes jovens, sendo hoje
reconhecida como um fator de risco independente
para a aterosclerose precoce. Além disso, a Apo(a)
apresenta uma estrutura fortemente homóloga com o
plasminogênio através de 38 seqüências ricas em
cisteína denominadas "kringles" (notadamente kringle
IV e V), tendo um possível papel no binômio
aterosclerose-trombose.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
2,0 ml de soro fresco.
Não coletar com heparina!
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC por até 3 dias.
Não congelar a amostra de soro!
Exames Afins:
Eletroforese de lipoproteínas. Colesterol total e
frações HDL, LDL e VLDL. Triglicérides.
Apolipoproteínas A1 e B. Homocisteína.
Valor Normal:
Desejável até 30 mg/dl
Resultados acima de 30 mg/dl estão associados a um
risco elevado de aterosclerose.
* Para obter valores em mg/l, multiplicar os mg/dl por 10
Preparo do Paciente:
Jejum de 12 horas ou mais horas. Água ad libitum.
Interferentes:
Turbidez da amostra. Fibrina. Hemólise. Lipemia. Congelamento. Heparina.
Método:
Quantitativo: nefelometria.
Semi-quantitativo: eletroforese em pH 7,5 em Hydragel Lipo + Lp(a) SEBIA.
Interpretação:
Altos níveis estão associados ao aumento do risco para infarto do miocárdio e infarto cerebral.
Lipoproteína(a) = Apoproteína B100 + Epítopo(a) + Lípide
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.rpi.edu/dept/bcbp/molbiochem/MBWeb/mb2/part1/lipoprot.htm
LÍQUIDO AMNIÓTICO - DDO
ESPECTROFOTOMETRIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO
CBHPM 4.03.09.41-0
AMB 28.07.003-8
Sinonímia:
Delta Densidade Óptica de líquido amniótico.
Diferença de Densidade Óptica de líquido amniótico.
Espectrofotometria de líquido amniótico. Prova de
VIABILIDADE fetal. Índice óptico de bilirrubina no
líquido amniótico. Prognóstico fetal de Liley. Gráfico
prognóstico de Liley. Fetal Jeopardy.
Obs.: não confundir com provas de MATURIDADE
fetal.
Material Biológico:
Líquido amniótico.
Coleta:
5,0 ml de líquido amniótico coletado por
amniocentese dirigida por ultra-som. Proteger o tubo
da luz, envolvendo-o com papel-alumínio.
Informar a idade fetal em número de semanas.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8°C
Valor Normal:
DDO
0,050 a 0,120
0,121 a 0,200
0,201 a 0,300
acima de 0,300
viabilidade fetal
99 %
89 %
67 %
11 %
Acompanha Gráfico Prognóstico de Liley.
Método:
Espectro da bilirrubina medido em comprimento de onda da luz de 450 nm e de 600 nm
DDO = [(DO450nm) - (DO600nm)]
DDO = Delta Densidade Óptica DO = Densidade Óptica, Absorbância ou Extinção.
Interpretação:
ÉPOCA DA 1ª AMNIOCENTESE ORIENTADA PELA
GRAVIDADE DA DOENÇA EM GESTAÇÃO ANTERIOR
SEGUNDO LILEY:
Gravidade anterior:
Gravidade moderada, nascido na 37ª semana = 1ª
amniocentese entre 28 a 30 semanas.
Grave ou com morte fetal com 34 a 37 semanas = 1ª
amniocentese entre 24 a 28 semanas.
Gravíssimo ou com morte fetal antes da 34ª semana
= 1ª amniocentese antes de 24 semanas.
GRÁFICO PROGNÓSTICO DE LILEY
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LÍQUIDO ASCÍTICO
LÍQUIDO PERITONIAL
CBHPM 4.03.09.52-5
AMB 28.08.004-1
Sinonímia:
Ascite. Líquido peritonial. Líquido abdominal. Líquido de paracentese.
Valor Normal:
ANALITO
Rivalta
Densidade
Proteína total g/dl
Colesterol total mg/dl
DHL ascítico/DHL sérico
Pt ascítica/Pt sérica
Bil ascítica/Bil sérica
Col ascítico/Col sérico
TRANSUDATO
Negativo
< 1,015
< 3,0
< 60,0
< 0,6
< 0,5
< 0,6
< 0,3
EXSUDATO
Positivo
> 1,015
> 3,0
> 60,0
> 0,6
> 0,5
> 0,6
> 0,3
Gradiente de Albumina:
GASA = Albu min aSérica - Albu min aAscítica
Interpretação.
GASA < 1,1 g/dl indica ascite maligna
GASA > 1,1 g/dl indica ascite não maligna
Interpretação:
TRANSUDATOS: aumento da pressão hidrostática
ou pressão oncótica do plasma diminuída:
insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática,
hipoproteinemia (S. nefrótica), metástases hepáticas
difusas, obstrução da veia porta.
EXSUDATOS: aumento da permeabilidade capilar ou
reabsorção linfática diminuída: infecções:
tuberculose, peritonite bacteriana primária ou
secundária; neoplasias: carcinoma ovariano,
carcinoma metastático (mamário, pulmonar, etc),
hepatoma, linfoma, mesotelioma; trauma,
pancreatite, peritonite biliar, efusão quilosa.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LÍQUIDO PLEURAL
RIVALTA
CBHPM 4.03.08.003-7*
* excluído da 4ª edição
AMB 28.08.003-3
Sinonímia:
Reação de Rivalta. Classificação de exsudatos e
transudatos. Derrames serosos. Líquidos cavitários.
Derrame pleural. Derrame pericárdico. Ascite.
Obs.: Rivalta é um teste muito simples, empírico e
qualitativo. O médico precisa definir se deseja testes
adicionais conforme especificados abaixo.
Material Biológico:
Exsudato ou transudato seroso de cavidade.
Coleta:
1,0 ml do derrame para provas bioquímicas.
1,0 ml do derrame com heparina se desejar estudo
da celularidade.
1,0 ml de soro se desejar estudos com coeficiente
derrame/soro.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC
Exames Afins:
Densidade. Desidrogenase láctica. Proteínas totais.
Bilirrubinas totais.
Colesterol total.
Gram. Cultura. Citologia. Sorologia. Glicose. Amilase.
Cobre. pH. Marcadores tumorais.
Valor Normal:
ANALITO
Rivalta
Densidade
Proteína total g/dl
Colesterol total mg/dl
DHL pleural/DHL sérico
Pt pleural/Pt sérica
Bil pleural/Bil sérica
Col pleural/Col sérico
TRANSUDATO
Negativo
< 1,015
< 3,0
< 60,0
< 0,6
< 0,5
< 0,6
< 0,3
EXSUDATO
Positivo
> 1,015
> 3,0
> 60,0
> 0,6
> 0,5
> 0,6
> 0,3
Interpretação:
Transudato: derrame mecânico hipoprotéico.
Exsudato: derrame inflamatório hiperprotéico.
CAUSAS DE DERRAME PLEURAL.
Infecções bacterianas: tuberculose, pneumonia
pneumocócica, abscesso pulmonar, carcinoma
brônquico infectado, cisto pulmonar infectado, cisto
renal infectado por contigüidade, brucelose,
tularemia, peri-hepatite gonocócica;
vírus ou rickettsias: pneumonia atípica primária,
psitacose, febre Q;
micoses: coccidioidomicose, criptococose,
actinomicose, blastomicose; protozooses: amebíase,
paragonimíase;
câncer: carcinoma brônquico, carcinoma metastático,
tumores do mediastino, tumores da parede torácica,
linfomas, tumores pleurais, tumores pancreáticos,
carcinóide;
DD. cardiovasculares: insuficiência cardíaca
congestiva, embolia pulmonar, pericardite, obstrução
da veia cava superior, fístula artério-venosa do
pulmão, aneurisma micótico da aorta abdominal,
S. de Dressler;
hipoproteinemia: cirrose hepática, nefrites,
S. nefrótica;
outras causas: colagenoses, artrite reumatóide, febre
reumática, lúpus eritematoso sistêmico, S. de Meigs,
poliserosite, traumatismo, toracotomia, hemotórax,
S. de Reiter, hipotireoidismo, estrongiloidose, cisto de
pâncreas, beribéri, pancreatite, escleredema.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LÍQUIDO SINOVIAL
SINÓVEO
CBHPM 4.03.09.52-5
AMB 28.08.004-1
Sinonímia:
Sinóveo. Sinoviograma.
Material Biológico:
Líquido sinovial, obtido por punção articular.
Coleta:
Enviar no mínimo 1,0 ml
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC. Não congelar.
Valor Normal:
Proteínas totais
Hialuronato
Lactato
Ácido úrico
Glicose
Complemento total
1,00 a 3,00 g/dl ou 10,0 a 30,0 g/l
0,30 a 0,41 g/dl ou 3,00 a 4,10 g/l
1,00 a 25,0 mg/dl
1,00 a 7,20 mg/dl
(Glicemia - glicose sinovial) =< 10 mg/dl
8 a 42 U/ml (CH50)
* g/l = mg/ml
Interferentes:
Acidente de punção.
Método:
Esse exame consiste de exame físico, exame
bioquímico, microscopia a fresco, citometria e
citologia, imunologia e exame bacteriosópico.
À medida que houver pouco material, discriminar os
exames prioritários desejados.
Interpretação:
Citologia: células, hemácias e leucócitos quali e
quantitativo.
Cristais: urato monossódico monoidratado;
pirofosfato de cálcio diidratado; fosfatos básicos de
cálcio: hidroxiapatita, fosfato octacálcico, fosfato
tricálcico (Vitloquita), fosfato dicálcico (Bruchita);
oxalato de cálcio: monoidratado (Vevelita), oxalato
de cálcio diidratado (Vedelita); ésteres de colesterol.
Bioquímica: ácido hialurônico, proteínas, glicose,
ácido úrico, enzimas DLH, TGO etc., lípides.
Sorologia: CH50, fator reumatóide, FAN, Lyme etc.
Bacteriologia: Gram, Ziehl e Culturas apropriadas.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LIQUOR
LíQUIDO CEFALORRAQUEANO
CBHPM 4.03.09.10-0
CBHPM 4.03.09.11-8
CBHPM 4.03.09.12-6
AMB 28.09.009-8
Sinonímia:
Líquido cefalorraquiano. Líquido cefalorraqueano.
Líquido cefalorraquidiano. Índice IgG/Albumina.
Cultura: ver sob o título "Cultura de Liquor".
Pandy, Nonne, Weichbrodt, Appelt, Takata-Ara, Ouro
coloidal (Lange ou Zsigmondy), Benjoim coloidal,
Mastic: reações obsoletas para avaliação de
globulinas substituídas com vantagem pela
Eletroforese de Proteínas Liquóricas. Ver este título.
Fisiologia:
Índice IgG/Albumina: para identificar
especificamente a produção intratecal de IgG e
corrigir um eventual aumento de permeabilidade,
dosam-se a IgG e a Albumina no liquor e no soro e
aplica-se a equação:
onde: IgGL = IgG liquórica em mg/dl IgGS = IgG sérica em g/dl AlbL = Albumina liquórica em mg/dl AlbS = Albumina sérica em g/dl Normal = Índice de 0,23 a 0,61
Índice > 0,61 é indicativo de síntese intratecal incrementada e > 0,77 se encontra em 90 % dos casos de esclerose múltipla.
Índice IgM/Albumina:
onde: IgML = IgM liquórica em mg/dl IgMS = IgM sérica em g/dl AlbL = Albumina liquórica em mg/dl AlbS = Albumina sérica em g/dl Normal = Índice de 0,017 a 0,070
Índice > 0,070 é indicativo de síntese intratecal incrementada.
Índice IgA/Albumina:
onde: IgAL = IgA liquórica em mg/dl IgAS = IgA sérica em g/dl AlbL = Albumina liquórica em mg/dl AlbS = Albumina sérica em g/dl Normal = Índice de 0,19 a 0,56
Índice > 0,56 é indicativo de síntese intratecal incrementada.
Índice IgE/Albumina:
onde: IgEL = IgE liquórica em mg/dl IgES = IgE sérica em g/dl AlbL = Albumina liquórica em mg/dl AlbS = Albumina sérica em g/dl Normal = Índice de 0,20 a 0,60
Índice > 0,60 é indicativo de síntese intratecal incrementada.
Material Biológico:
Liquor.
Coleta:
Punção suboccipital deitada (SOD), lombar deitada
(LD), ventricular ou cervical.
Logo após a punção, à saída da 1ª gota de liquor,
com manômetro de água medir a Pressão inicial em
cmH2O.
Se as primeiras gotas apresentarem sinais de sangue,
coletar o primeiro 1 ml em tubo separado. Após
retirada de 7 ml de liquor, medir a Pressão final em
cmH2O.
Se houver pedido de eletroforese de proteínas do
liquor, é preciso coletar ao menos mais 3 ml de liquor
para o procedimento de concentração de proteínas.
Daí então, coletar 10 ml e medir a Pressão final.
No caso de ter sido feita punção lombar, é necessário
fazer as manobras de permeabilidade do canal
raquiano (Queckenstedt-Stookey).
Informar todos os detalhes ao laboratório para
poderem constar do laudo.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC. Não congelar.
Exames Afins:
Cisternografia. Quimioterapia intratecal.
Valor Normal:
QUOCIENTES DE AYALA
1 - Quociente raquiano (Qr):
Qr = Quociente raquiano Vol = Volume retirado em ml Pf = Pressão final em cmH2O Pi = Pressão inicial en cmH2O
Volume retirado (ml)
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Faixa normal
1,8 a 1,9
2,4 a 2,6
2,8 a 3,4
3,1 a 4,1
3,4 a 4,8
3,6 a 5,4
3,8 a 6,1
4,0 a 6,7
4,1 a 7,3
2 - Quociente raquiano diferencial (Qrd):
Qrd = Quociente raquiano diferencial Pi = Pressão inicial em cmH2O Pf = Pressão final em cmH2O Vol = Volume retirado em ml
O Qrd é uma função da Pressão inicial (Pi). Por isso, a faixa de normalidade também é calculada em função da Pressão inicial para cada um dos volumes.
Volume retirado (ml)
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Faixa normal
0,025xPi a 0,050xPi
0,044xPi a 0,067xPi
0,038xPi a 0,075xPi
0,036xPi a 0,076xPi
0,033xPi a 0,072xPi
0,032xPi a 0,069xPi
0,030xPi a 0,066xPi
0,028xPi a 0,062xPi
0,027xPi a 0,059xPi
PROTEÍNAS TOTAIS
Ventricular
Suboccipital
Lombar
CLORETOS
GLICOSE
URÉIA
Ácido láctico/lactato
CO2 Total
Relação ClCO2 Tot
DHL
TGO
ADA
IgG
IgA
IgM
10 a 25 mg/dl ou 0,10 a 0,25 g/l
10 a 30 mg/dl ou 0,10 a 0,30 g/l
12 a 40 mg/dl ou 0,12 a 0,40 g/l
680 a 750 mg/dl ou 116 a 129 mmol/l
50,0 a 80,0 mg/dl
15,0 a 40,0 mg/dl
9,0 a 19,0 mg/dl
20,0 a 26,0 mEq/l
4,8 a 5,8
até 35,0 U/l
até 10,0 U/l
até 4,5 U/l
0,30 a 3,00 mg/dl
0,03 a 0,30 mg/dl
0,01 a 0,10 mg/dl
Interferentes:
Acidente de punção.
Método:
O exame de liquor de rotina consiste numa análise de uma série de itens:
I - Informações gerais: nível da punção, posição e
condições do paciente.
II - Propriedades físicas: Aspecto e cor, antes e após
centrifugação.
III - Manometria, quocientes de Ayala e estudo da
permeabilidade do canal.
IV - Reações para globulinas e coloidais, hoje
substituídas com vantagem pela eletroforese de
proteínas.
V - Bioquímica: glicose, cloretos, CO2, uréia,
proteínas, bilirrubinas, hemoglobina, TGO, DHL etc.
VI - Bacteriologia: Gram, Ziehl, tinta da China e
culturas apropriadas.
VII - Citologia: hemácias, leucócitos e outras células,
qualitativo e quantitativo.
VIII - Sorologia - (Solicitar individualmente as
patologias suspeitadas):
Sífilis (Lues): IFI: FTA-Abs (VDRL não é adequado
para liquor e Wassermann é reação de fixação de
complemento (RFC) obsoleta) e/ou HA: MHA-TP.
Cisticercose: (Weinberg é reação de fixação de
complemento obsoleta), IFI e/ou ELISA.
Toxoplasmose: (Sabin-Feldman é reação de fixação
de complemento obsoleta) IFI e/ou HA.
Chagas: IFI (Machado-Guerreiro é reação de fixação
de complemento obsoleta).
HIV 1+2: ELISA.
Herpes I IgG: ELISA.
Herpes II IgG: ELISA.
Citomegalovirus: ELISA.
Varicella Zoster: ELISA.
Tuberculose: RFC.
Paracoccidiodomicose: RFC.
Histoplasmose: RFC.
Aspergilose: RFC.
Candidíase: RFC.
Obs.: sendo o liquor um material considerado
“nobre”, conforme a hipótese diagnóstica do médico
assistente, ele deverá nortear e solicitar os exames a
serem feitos com prioridade para evitar o desperdício
de material em testes de importância secundária.
Interpretação:
Hiper e hipotensão liquórica, bloqueios do canal
raquiano, processos inflamatórios agudos ou
crônicos, virais, bacterianos ou fúngicos, processos
tumorais, processos hemorrágicos, neurocisticercose.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LISTERIOSE
LISTERIA MONOCYTOGENES
CBHPM 4.03.07.45-0
AMB 28.06.075-0
Sinonímia:
Listeria monocytogenes.
Sorologia para Listeriose, Sorologia para Listeria.
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Prokaryotae, Filo Bacteria
(Eubacteria), Firmicutes, Classe Bacillus (pobres em
guanina+citosina), Subclasse Bacilli, Ordem
Bacillales, Família Listeriaceae, Gênero Listeria,
Espécie monocytogenes.
Zoonose de origem alimentar. A listeriose materno-fetal agrupa a listeriose da grávida e do recém-nascido. Quando a infecção ocorre durante os dois
primeiros trimestres de gravidez ela pode ser a
responsável por abortamento. A gravidade da
afecção fetal é proporcional ao tempo decorrido entre
a infecção e o nascimento.
Para gravidez com mais de 28 semanas, a listeriose é
responsável por 20 % de morte intra-uterina, 14 %
de natimortos, 40 % de infectados, porém viáveis e
25 % de crianças indenes.
Material Biológico:
Soro.
Coleta:
2,0 ml de soro.
Armazenamento:
Congelar a amostra a –20ºC.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Exames Afins:
Hemocultura e Cultura específica.
Valor Normal:
SOROTIPOS
1 + 2a "O"
1 + 2a "H"
4a "O"
4a "H"
4b "O"
4b "H"
Não reagente
Não reagente
Não reagente
Não reagente
Não reagente
Não reagente
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Método:
Soro-aglutinação.
Interpretação:
A soro-aglutinação para listeriose deve ser
interpretada com cautela, pois pode dar reações
cruzadas. Deve-se coletar 2 amostras, no final da 1ª
e 3ª semanas da doença para serem analisadas
simultâneamente. A soro-conversão é representada
por títulos iguais ou maiores que 1:320, ou por um
incremento de 4 ou mais vezes nos títulos. No
decurso da infecção, os anticorpos somáticos anti-"O"
são os primeiros a aparecer, seguidos, 10 a 15 dias
mais tarde, dos anticorpos flagelares anti-"H". A
presença isolada de anti-"O" pode ser infecção
incipiente ou reação cruzada. A presença simultânea
de anti-"O" e de anti-"H" é significativa para uma
infecção atual e a presença de apenas anti-"H"
testemunha uma infecção antiga. A presença de anti-
"O" não seguida por anti-"H", provavelmente é
reação cruzada.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://xoomer.virgilio.it/medicine/pathobacteria.htm
LÍTIO
Li
CBHPM 4.03.02.22-9
AMB 28.01.111-2
Sinonímia:
Li. Litiemia*. Li2CO3.
Lítio “endógeno” = Lítio “basal”. §
Nomes comerciais: Carbolim®, Carbolitium®,
Litiocar®, Lítio oligosol®, Neurolithium®.
* Não confundir Litemiaou Lithemia, ácido úrico no sangue, com Litiemia, lítio no sangue.
Fisiologia:
Metal alcalino
Li2CO3
Massa molecular = 73,89 g/mol
Densidade = 2,1 g/cm³ (20ºC)
Absorção intestinal completa de uma dose = 8 horas
Concentração plasmática máxima = 3 horas após
uma dose oral.
50 a 70 % da dose ingerida é eliminada pelos rins em
6 a 12 horas
Meia-vida (t½) biológica = 20 a 24 horas
"Clearance" de lítio = de 15 a 30 ml plasma/min
Material Biológico e Coleta:
1,0 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC por até 24 horas.
Após esse prazo, congelar a -20ºC.
Não estocar em freezer tipo frost-free.
Exames Afins:
Creatinina, Urina I, T3, T4, TSH.
Valor Normal:
Normal, basal ou “endógeno”
Subterapêutico
Faixa terapêutica
fase aguda da PMD
prevenção da PMD
Faixa tóxica
Faixa tóxica grave
Faixa tóxica gravíssima
0,0040 a 0,0060 mmol/l ou indetectável
até 0,5 mmol/l
0,6 a 1,4 mmol/l
0,8 a 1,4 mmol/l
0,6 a 1,0 mmol/l
sup a 1,4 mmol/l
sup a 2,0 mmol/l
sup a 2,5 mmol/l
* mmol/l = mEq/l
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum. Coletar a
amostra antes da primeira tomada da medicação do
dia ou conforme orientação médica.
Informar medicamentos em uso.
Interferentes:
Medicamentos: antiinflamatórios não esteróides,
indometacina, fenilbutazona, diuréticos como
hidroclorotiazida, clorotiazida, metil-dopa etc.
Método:
Eletrodo seletivo ou Absorção atômica.
Interpretação:
Exame útil na monitoração da terapêutica com
carbonato de lítio na fase maníaca da Psicose
Maníaco-Depressiva (PMD), na profilaxia da mania
recorrente, na prevenção da fase depressiva da PMD
e no tratamento da hiperatividade psicomotora. É
indicado em pacientes bipolares ou com depressões
recorrentes pois tem ação estabilizadora do humor,
evitando a ocorrência de novas oscilações do humor.
Sintomas da intoxicação: tremor, sede, poliúria,
fraqueza, hipotireoidismo, aumento de peso, risco
teratogênico.
§ Lítio “endógeno” é uma expressão que traduz um erro conceitual (± consagrado) pois não se produz lítio endogenicamente. Essa dosagem é efetuada em pacientes que não utilizam qualquer medicamento contendo Lítio, devendo o resultado, mais apropriadamente chamado de Basal, ser praticamente Zero mmol/l ou mEq/l. A sua dosagem em pacientes sob terapêutica com Lítio exógeno deve ser efetuada após no mínimo 12 dias de suspensão do medicamento quando ainda sobrará em circulação, aproximadamente 0,02 % da taxa sérica da última dose ingerida.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://nautilus.fis.uc.pt/st2.5/scenes-p/elem/e00300.html
http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/tabelaperiodica/tabelaperiodica1.htm
http://www.medstudents.com.br/caso/caso18/caso18.htm
LORAZEPAM
LORAX®
CBHPM 4.03.01.74-5
AMB 28.01.067-1
Sinonímia:
Lorazepan. Ativan.
Nomes comerciais: Lorax®, Lorium®, Max-pax®
(Herazepam), Mesmerin®.
Fisiologia:
7-cloro-5-[2-clorofenil]-1,3-diidro-3-hidroxi-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona.
Fórmula molecular = C15H10Cl2N2O2
Massa molecular = 321,163 g/mol
Ansiolítico.
Meia-vida (t½) biológica = 10 a 20 horas.
Material Biológico:
Soro ou plasma heparinizado ou com EDTA.
Coleta:
Coletar o material 1 hora antes da próxima medicação.
Valor Normal:
Nível terapêutico
Nível tóxico
50 a 240 ng/ml
superior a 240 ng/ml
* Para obter valores em nmol/l, multiplicar os ng/ml por 3,1114
Método:
HPLC.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
LYME
BORRELIOSE
CBHPM 4.03.07.46-8
CBHPM 4.03.07.47-6
AMB 28.06.171-3/99
Sinonímia:
Borrelia burgdorferi(Estados Unidos); Borrelia garinii
(Europa); Borrelia afzelii(Ásia). Doença de Lyme.
Borreliose.
Fisiologia:
Taxonomia: Reino Prokaryotae, Filo Bacteria
(Eubacteria), Classe Spirochaetes, Ordem
Spirochaetales, Família Spirochaetaceae, Gênero
Borrelia, Espécie burgdorferi, com 321 cepas.
Taxonomia:Super-reino Eukaryota, Reino Animalia,
Sub-reino Metazoa, Filo Arthropoda, Subfilo
Chelicerata, Classe Arachnida, Subclasse Acari,
Superordem Parasitiformes, Subordem Ixodida,
Família Ixodidae, Gênero Ixodes, Espécie scapularis.
Fêmea adulta de Ixodes scapularis, carrapato de patas pretas
Material Biológico e Coleta:
1,0 ml de soro.
Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC
Valor Normal:
IgG e IgM: não reagente
Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.
Método:
Imunofluorescência indireta ou ELISA.
Interpretação:
Doença multissistêmica, sendo o quadro mais
freqüente de fadiga, calafrios e febre, cefaléia,
artropatia e mialgia, eritema migratório (erythema
migrans), linfadenopatia e alterações neurológicas
(paralisia de Bell e meningite).
Raras fatalidades indiretas da D. de Lyme foram
descritas. Transmitida pelo carrapato Ixodes
scapularis e Ixodes pacificus (Estados Unidos);
Ixodes ricinus (Europa) e Ixodes persulcatus (Ásia).
Facilmente tratável com penicilina G, amoxicilina,
doxiciclina ou ceftriaxona.
Não confundir com uma outra espiroquetose
transmitida pelo carrapato Amblyomma americanum
cujo agente é a Borrelia lonestari (Sul dos Estados
Unidos) e é provável causa de erythema migrans e
Ehrlichiose em humanos. Causa a S. ou Febre de
Bullis, “lone star fever”.
Obs.: O carrapato Amblyomma cajennense,
encontradiço no Brasil é responsável pela
transmissão da Rickettsia rickettsii, agente da Febre
maculosa brasileira ou Febre maculosa de São Paulo.
Os carrapatos Ixodes, transmissores da D. de Lyme,
ainda não foram encontrados no Brasil.
Importante: uma eventual positividade sorológica deve ser confirmada por Western-blot.
Fazer diagnóstico diferencial com Febre Reumática causada por Streptococcus ß-hemolítico do grupo A e com Borreliose Lyme-símile causada pela cepa G39/40 da Borrelia burgdorferi.
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com